Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos expulsa astrônomo por assédio sexual

Pela primeira vez desde sua existência, há 158 anos, a Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos (NAS) expulsou o astrônomo Geoffrey Marcy devido a queixas de assédio sexual. A ação ocorre dois anos depois que o NAS introduziu um código de conduta que permitiria à organização expulsar membros “pelas mais flagrantes violações … inclusive para casos comprovados de assédio sexual”.

A academia centenária mudou seu estatuto após pressão da comunidade científica e após o movimento #MeToo, que destacou o assédio generalizado no local de trabalho e as falhas institucionais para evitá-lo. Em 2018, um relatório das Academias Nacionais de Ciências, Engenharia e Medicina dos Estados Unidos alertou que o assédio sexual é generalizado na ciência acadêmica.

A expulsão acontece depois que a revista Nature, em 2020, questionou Marcia McNutt, a presidente da NAS, sobre a não aplicação do novo estatuto embora vários membros da academia fossem conhecidos assediadores sexuais. Na ocasião, McNutt alegou não ter recebido nenhuma reclamação formal de assédio sexual contra seus membros desde a instituição do sistema de denúncia. Isso encorajou outros membros a formalizar a denúncia, o que resultou na agora expulsão de Marcy.

Em 2015, Marcy, que pesquisa exoplanetas, renunciou ao seu cargo efetivo na Universidade da Califórnia, Berkeley, depois que se tornou pública uma investigação interna que concluiu que o cientista havia violado as políticas de assédio sexual da instituição ao longo de quase uma década, até 2020.

Fonte: Nature. Foto em destaque: NAS

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