Óleo que atingiu litoral de 11 estados veio de petroleiro de bandeira grega, conclui PF

Óleo que atingiu litoral de 11 estados veio de petroleiro de bandeira grega, conclui PF

Brasília/DF – A Polícia Federal divulgou hoje, 2 de dezembro, o resultado das investigações sobre a origem das manchas de óleo que atingiram mais de mil localidades em 11 estados do litoral brasileiro entre agosto de 2019 e março de 2020. Segundo a PF, um navio petroleiro de bandeira grega teria sido o responsável pelo lançamento da substância oleaginosa que afetou o litoral brasileiro e causou enorme dano ao meio ambiente e à população de pescadores bem como ao turismo e à economia da região.

As investigações, realizadas em parceria com diversos órgãos e instituições nacionais e internacionais, foram centradas em três frentes:

A primeira diz respeito à investigação das características da substância, por meio de análises químicas que buscaram determinar o tipo de material que chegou à costa brasileira, suas características e, especialmente, sua procedência (se nacional ou estrangeira e, nesse último caso, qual país). Isso se fazia necessário, uma vez que surgiram diversas teorias sobre a origem do material (vazamento de oleodutos, plataformas ou reservas naturais, navios em trânsito ou naufragados, costa da África etc.).

A segunda diz respeito ao local exato onde ocorreu o vazamento/lançamento do óleo, na qual priorizou-se o uso de técnicas de geointeligência (imagens de satélite e modelos e simulações realizadas por softwares específicos).

A terceira foi realizada com base em dados, documentos e informações que pudessem esclarecer os fatos, por meio de cooperação nacional e internacional, inclusive com apoio da Interpol.

O órgão concluiu, a partir das provas e demais elementos de convicção produzidos, existirem indícios suficientes de que um navio petroleiro de bandeira grega teria sido o responsável pelo desastre ambiental.

A empresa proprietária do navio, seus responsáveis legais, o comandante e o chefe de máquinas do petroleiro foram indiciados pela prática de crimes de poluição, descumprimento de obrigação ambiental e dano a unidades de conservação.

Apenas os custos arcados pelos poderes públicos federal, estadual e municipal para a limpeza de praias e oceano foram estimados em mais de188 milhões de reais, estabelecendo-se assim um valor inicial e mínimo para o dano ambiental. O valor total do dano está sendo apurado pela perícia da PF, que deverá encaminhar com brevidade o respectivo laudo às autoridades competentes.

O inquérito policial segue agora para o poder judiciário federal do Rio Grande do Norte e para o Ministério Público Federal naquela unidade federativa, para análise e adoção das medidas cabíveis.

Imagem em destaque: Voluntarios e pescadores tirando óleo das praias do Nordeste. Foto crédito: CNBB

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