Milan Kundera, autor de “A Insustentável Leveza do Ser”, morre em Paris aos 94 anos

Aos 94 anos, o escritor tcheco Milan Kundera morreu nesta terça-feira, 11 de julho, em seu apartamento em Paris, França. Hoje, seu legado artístico foi lembrado por colegas e especialistas. De acordo com sua esposa Věra, Kundera, que passou quase metade de sua vida na França e escreveu seus livros em francês nas últimas décadas, expressou seu desejo de ser enterrado em sua terra natal, Brno. Kundera estreou como poeta com uma coleção de poesia stalinista, mas foram seus romances e ensaios que o tornaram famoso, destacando-se, no Brasil, a obra A Insustentável Leveza do Ser.

Depois de trocar a Tchecoslováquia pela França em 1975, Kundera, que pode ser descrito como um escritor tcheco e francês, sentiu-se em casa em sua nova pátria. Seus livros foram publicados pela renomada editora Gallimard. Segundo a Biblioteca Estadual da Morávia, que cuida da biblioteca e do arquivo do escritor, os textos de Kundera foram publicados em 54 idiomas em mais de três mil edições. Seu nome figurou repetidamente entre os favoritos para ganhar o Prêmio Nobel de literatura e, de acordo com estudiosos da literatura, ele é um dos poucos autores de origem tcheca que conseguiu se inserir na literatura mundial.

O escritor, que queria “desaparecer atrás da sua obra e renunciar ao papel de figura pública”, a exemplo de Gustave Flaubert, recusava-se a dar entrevistas desde finais dos anos 80 e vivia recluso. Em 2019, Kundera aceitou novamente a cidadania tcheca e, graças a amigos, manteve contatos com sua terra natal até sua morte. Em 2010, ele recebeu a cidadania honorária de Brno, onde sua biblioteca está instalada desde abril deste ano.

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