Adolescentes de escolas privadas são os que mais vaporizam cigarro eletrônico no Brasil

Tabaco: ameaça ao nosso meio ambiente é o tema da campanha que a Organização Mundial da Saúde (OMS) lança neste 31 de maio, Dia Mundial Sem Tabaco. O objetivo é alertar sobre as doenças e mortes evitáveis relacionadas ao tabagismo. De acordo com informações da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), o impacto nocivo da indústria do tabaco no meio ambiente é vasto e crescente, adicionando uma pressão desnecessária aos já escassos recursos e ecossistemas frágeis do planeta. Estatísticas indicam que o tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas todos os anos e destrói o meio ambiente, prejudicando ainda mais a saúde humana, por meio do cultivo, produção, distribuição, consumo e resíduos pós-consumo.

Divulgada hoje, uma pesquisa coordenada por Deborah Carvalho Malta, professora da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), revela um quadro preocupante entre crianças e adolescentes no Brasil. É alta a experimentação de narguilé, cigarro eletrônico e outros produtos do tabaco entre adolescentes de 13 a 17 anos que frequentam as escolas brasileiras. O cenário acende um sinal vermelho tanto para os organismo envolvidos com a saúde pública como para os pais e cuidadores desses jovens, visto que o tabaco, nas suas diferente formas de consumo, é altamente viciante e traz consequências negativas para a saúde. “A adolescência é uma fase de iniciação de novos comportamentos sociais, os quais podem ser determinantes para a saúde durante a vida adulta, como o desenvolvimento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT)”, enfatiza Malta. “É preciso monitorar o consumo dos produtos do tabaco nessa população, a fim de apoiar as agendas e os compromissos nacionais e globais sobre o tema”, afirma.

De acordo com o levantamento, 22,6% do público analisado já experimentaram cigarro alguma vez, porcentagem mais elevada entre jovens de 16 e 17 anos de idade (32,6%) e do sexo masculino (35%). A experimentação de narguilé, cigarro eletrônico e outros produtos do tabaco também se mostra elevada, com 26,9%, 16,8% e 9,3%, respectivamente, sendo mais alta entre os escolares do sexo masculino de 16 e 17 anos.

Ela explica que foram utilizados dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), de 2015 e 2019, realizada pelo  IBGE em parceria com o Ministério da Saúde, para comparar as prevalências entre os indicadores de uso de cigarro alguma vez; uso de cigarro pela primeira vez com 13 anos ou menos; fumantes nos 30 dias anteriores à pesquisa; hábito de fumar pelos pais ou responsáveis; fumo passivo em casa e uso de cigarros pelos amigos nos 30 dias anteriores à pesquisa.  

Para os indicadores de experimentação de narguilé alguma vez na vida; experimentação de cigarro eletrônico (e-cigarrette) alguma vez na vida e experimentação de outros produtos do tabaco, sem contar narguilé e cigarro eletrônico, foram utilizados apenas os dados da PeNSE 2019. A amostra de 2015 foi composta por 10.926 brasileiros de 13 a 17 anos, matriculados em escolas públicas e privadas e frequentes em 371 escolas e 653 turmas, nas cinco principais regiões geográficas do país. Em 2019, foram avaliados 159.245 escolares na mesma faixa etária, em 4.242 escolas e 6.612 turmas.

Imagem em destaque: Cigarro eletrônico/Domínio público

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