Promoções como a Black Friday aumentam o risco de se cair em golpes on-line. O que fazer?
De acordo com pesquisa realizada pela Axur, empresa líder em monitoramento e reação a riscos digitais na internet, no terceiro trimestre de 2021 os ataques de phishing aumentaram 81,08% no terceiro trimestre deste ano em relação ao trimestre anterior. Esse aumento pode ser explicado pelo fato de que estamos nos aproximando do dia 26 de novembro, data em que acontece a Black Friday, período em que é muito maior o número desse tipo de ataque, feito por cibercriminosos.
No ano de 2020, houve um aumento de 36,79% de ataques de phishing no período próximo à Black Friday, em relação ao mesmo período de 2019. Se analisarmos especificamente a sexta-feira do evento, o aumento é ainda maior: 74,21%.
A perspectiva é de que o número de ataques para esse ano permaneça alto, já que muitas pessoas passaram a usar mais os meios digitais depois da pandemia. Por isso, é importante estar alerta sobre os possíveis golpes que podem aparecer neste período de grande consumo on-line.
Thiago Bordini, professor coordenador da pós-graduação em Inteligência de Ameaças Cibernéticas no Instituto Daryus de Ensino Superior Paulista (IDESP), comenta: “É muito importante que os consumidores estejam atentos aos detalhes como: URL dos sites; envio de promoções e descontos; páginas e perfis falsos; entre outros. As tentativas de fraudes têm crescido e estão cada vez mais disfarçadas, o que dificulta a percepção do consumidor que não tenha um olhar atento”.
Diante disso, o especialista destaca os principais golpes cometidos neste período e dá dicas de como se prevenir:
Golpes mais comuns
- Phishing: páginas e perfis falsos;
- Golpes por WhatsApp: envio de falsas promoções e descontos;
- Fraudes com boletos: cobranças indevidas que deixam a opção de boleto mais barata no site para convencer o consumidor a escolher essa opção, porém, é muito difícil recuperar o dinheiro desta forma;
- Compras fraudulentas: uso não autorizado de dados pessoais para compras com cartões ou credenciais;
- Golpes de instituições bancárias: entram em contato como se fossem do departamento antifraude do banco, com a justificativa de que seu cartão teve uma compra de alto valor e pedem os dados do cartão para confirmar a operação.
Dicas para se prevenir
- Planeje: comece a monitorar os preços dos produtos que deseja comprar com antecedência, para verificar de fato se as promoções são realmente verdadeiras e vantajosas;
- Desconfie: promoções que chegam por e-mail, SMS, WhatsApp e anúncio em redes sociais e Google;
- Pesquise: procure em diversas lojas o valor do produto que deseja e fique atento a produtos com valores muito abaixo da média;
- Confira: criminosos criam sites falsos mudando poucas letras ou acrescentando termos na URL para que passe despercebido pelo consumidor.
- Consulte: a veracidade do CNPJ e as avaliações dadas por compradores tanto no site como no Procon e no Reclame Aqui.
Por fim, Bordini destaca: “Este período é esperado por ambas as partes, criminosos e consumidores. Porém, os varejistas também devem se preocupar, já que essas práticas podem afetar diretamente seus negócios”.
Aline Bak, consultora e especialista em negócios digitais, complementa o alerta de Bordini com outras recomendações importantes:
- Se comprar de um marketplace, fique atento se aquele vendedor está bem avaliado. “A recomendação é fazer o negócio apenas quando o existir indicação de boa pontuação na plataforma, o que normalmente está associado ao número de estrelinhas”, recomenda ela. “Fazendo assim, o consumidor evita problemas”, explica. “E até mesmo se a compra atrasar, quando se trata de uma plataforma de e-commerce confiável, é mais fácil receber o dinheiro de volta”.
- Consulte as políticas de entrega antes da compra. “Às vezes, o vendedor não tem estoque e só vende sob demanda”, conta ela. “E quando isso acontece, o produto pode demorar prazos superiores a 60 dias, o que frustra muito o consumidor. É fundamental verificar quantos dias o produto irá demorar e outros detalhes nas políticas de entrega de cada site”, diz.
- Sempre documente o processo de compras on-line. “Sempre tire prints da tela de todo o processo de compra”. Fazendo isso, o consumidor conseguirá comprovar qualquer fraude e abrir um processo contra aquela empresa, se isso for necessário”, explica.
Imagem em destaque: Crédito – Pexels.