Primeiro filme nacional com som imersivo ganha prêmio nos EUA
O longa-metragem curitibano “Coração de Neon” já desembarcou no Texas (EUA), na semana passada, concorrendo a um Remi Award. Mas a grande surpresa veio na noite deste sábado (23), quando o filme conquistou a mais alta premiação do 55º WorldFest Houston, realizado no Cinemark Memorial City, em Houston, no estado do Texas (EUA). Os produtores Lucas Estevan Soares e Rhaissa Gonçalves receberam o troféu Remi Special Jury Award (Prêmio Especial do Júri) diretamente do dono do festival, Hunter Todd.
O festival anual, que já revelou nomes como Steven Spielberg e Ang Lee, tem a vocação de revelar e validar a excelência criativa na produção independente de filmes de longa metragem, documentários e curtas-metragens. E “Coração de Neon” atravessou as diversas etapas de classificação.
Em 2022, o WorldFest recebeu quase 5 mil inscrições, de produções vindas do mundo todo. Pouco menos de 80 longas-metragens e cerca de 130 curtas foram selecionados para exibição aos jurados e público em geral. As melhores produções concorrem à premiação Remi, na seguinte ordem decrescente, que depende da pontuação dada pelos jurados:
- The Grand Remi Statuette, the Best of Show
- The Remi Special Jury Award
- The Remi Platinum Jury Award
- The Remi Gold Jury Award
- The Remi Silver Jury Award
- The Remi Bronze Jury Award
- The WorldFest Liftoff Prize for use of NASA footage
Remi Award é uma referência e homenagem a Frederic Remington, que foi pintor, ilustrador, escultor e escritor americano especializado em representações do Velho Oeste americano.
Primeiro com Dolby Atmos
“Coração de Neon” traz um marco histórico para o cinema nacional. É o primeiro filme brasileiro a ter a tecnologia de som imersivo Dolby Atmos 9.1. O Brasil já tem cerca de 40 salas de cinemas preparadas com a tecnologia. No entanto, apenas filmes estrangeiros exibidos no país tinham o som imersivo Dolby Atmos.
O surround leva o som de forma horizontal ao espectador. Já o Dolby Atmos é uma evolução do surround, pois coloca o espectador dentro de um “bolha”, com o som vindo de absolutamente todos os lados da sala de cinema. Se o filme tem um objeto caindo ao chão, por exemplo, o som virá do chão do cinema. Se o barulho é de um avião no céu, o som virá do teto da sala. Assim, o espectador sente como se estivesse dentro da cena, lado a lado com os personagens, trazendo mais emoção e realismo a quem assiste.
De malas prontas
O WorldFest Houston iniciou na quarta-feira (20) e encerra neste domingo (24). Agora, com o troféu em mãos, os produtores Lucas e Rhaissa levam o “Coração de Neon” para o 24º Festival Internacional de Cinema RiverRun, que iniciou na quinta-feira (21) e vai até 30 de abril em Winston-Salem, no estado da Carolina do Norte (EUA). Ainda estão previstas participações no Marché du Film, no Festival de Cannes, na França; no Carmarthen Bay Film Festival, no País de Gales; em São Francisco, no Vale do Silício; no Festival Cinequest; no Festival Lift-Off, em Tóquio; entre outros festivais internacionais.
“Coração de Neon” tem estreia prevista no Brasil em dezembro.
Imagem em destaque: Da esquerda para a direita: Hunter Todd, dono do WorldFest Houston, e Lucas Estevan Soares, produtor do “Coração de Neon”/IHC Divulgação