Pesquisadores defendem que o termo “esquizofrênico” seja banido da prática clínica
Se você se refere a alguém de uma forma, a reação é uma. Se você se refere à mesma pessoa de outra forma, a reação também é outra. Isso acontece no dia a dia e muitos de nós temos plena consciência do fato. Mas os cientistas têm que colocar isso à prova para fazer com que seus colegas acreditem nos resultados e mudem seus comportamentos. Foi o que fizeram dois pesquisadores da Universidade Estadual de Ohio (OSU). Eles realizaram um estudo envolvendo conselheiros em saúde mental formados e ainda em formação pela Faculdade de Educação e Ecologia Humana daquela universidade norte-americana. Metade dos participantes recebeu informações a respeito de um paciente que continham o termo “esquizofrênico”. A outra metade recebeu informações que continham a expressão “pessoa com esquizofrenia”.
Darcy Haag Granello e Sean R. Gorby observaram que os conselheiros e formandos que receberam a versão com o termo “esquizofrênico” agiram de modo mais autoritário, adotaram atitudes socialmente mais restritivas e foram menos benevolentes do que os que receberam a versão com a expressão “pessoa com esquizofrenia”.
O estudo da OSU é a primeira evidência empírica de que o termo deve mesmo ser banido da prática clínica. “Incluir na nossa fala a palavra ‘pessoa’ tem potencial real para fazer a diferença na vida de nossos pacientes. A linguagem importa. As palavras que usamos podem reduzir o estigma e melhorar a qualidade do atendimento que damos a nossos pacientes ou podem fazer com que eles sejam tratados com menor dignidade humana e respeito”, diz Granello.