Papa Francisco critica interesses que destroem a Amazônia e seus povos
Ofogo que devastou recentemente a Amazônia foi ateado por interesses que destroem. Ao contrário, o fogo de Deus é calor que atrai e congrega em unidade. Alimenta-se com a partilha, não com os lucros. A afirmação foi feita pelo Papa Francisco na abertura da Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Região Pan-Amazônica, que começou hoje, 6 de outubro, no Vaticano, e vai até o próximo dia 27. O tema do evento é “Amazônia: novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral. Participam dele 185 padres (58 do Brasil) além de representantes de comunidades indígenas.
Contra o colonialismo religioso e o servir-se da Igreja
Além de criticar a ganância dos que pelo lucro destroem a Amazônia, o Papa Francisco, sempre com olhos para a região, também criticou a ação da Igreja como um todo ao longo dos séculos e dos padres em sua missão atual.
Quanto à Igreja, o sumo pontífice pontuou: “Quantas vezes o dom de Deus foi imposto. Quantas vezes houve colonização em vez de evangelização! Deus nos preserve da ganância dos novos colonialismos”.
Referindo-se aos padres, Francisco foi mais uma vez enfático: “Um dom não se compra, não se troca nem se vende. Recebe-se e dá-se de prenda. Se nos apropriarmos dele, se nos colocarmos a nós no centro e não deixarmos no centro o dom, passamos de Pastores a funcionários: fazemos do dom uma função, e desaparece a gratuidade; assim, acabamos por nos servir a nós mesmos, servindo-nos da Igreja.”
Indo ao encontro dos povos da Amazônia
Em outro momento, exortou os membros da Igreja a assumirem uma pastoral missionária em lugar de uma simples pastoral de “manutenção”. “A Igreja não pode de modo algum limitar-se a uma pastoral de ‘manutenção’ para aqueles que já conhecem o Evangelho de Cristo. O ardor missionário é um sinal claro da maturidade de uma comunidade eclesial. Jesus veio trazer à terra, não a brisa da tarde, mas o fogo. O fogo que reacende o dom é o Espírito Santo, doador dos dons”.
Finalmente, concluiu que “muitos irmãos e irmãs na Amazônia carregam cruzes pesadas e aguardam pela consolação libertadora do Evangelho, pela carícia de amor da Igreja. Por eles, com eles, caminhemos juntos”.