Mais um estudo científico comprova os benefícios do consumo de azeite de oliva
Consumir todos os dias meia colher das de sopa de azeite de oliva diminui o risco de morte por doenças cardiovasculares, câncer, doenças neurodegenerativas e doenças respiratórias. E substituir cerca de 10 gramas/dia de margarina, manteiga, maionese ou gordura láctea pela mesma quantidade de azeite também reduz o risco de morte. Essa é a conclusão a que chegaram Marta Guasch-Ferré e colegas, autores de uma pesquisa publicada na revista Current Developments in Nutrition.
“Nossos resultados apoiam as recomendações dietéticas atuais que defendem a ingestão de azeite e outros óleos vegetais insaturados,” diz Guasch-Ferré. “Os médicos devem aconselhar seus pacientes a substituírem certas gorduras, como margarina e manteiga, por azeite de oliva para melhorar sua saúde. Nosso estudo ajuda a fazer recomendações mais específicas que serão mais fáceis para os pacientes entenderem e, esperamos que eles introduzam o óleo de azeite em suas dietas”, destaca.
Consumo de azeite de oliva
Os pesquisadores iniciaram o estudo em 1990 analisando 93.032 profissionais da área da saúde nos Estados Unidos da América, sendo 61.096 mulheres e 31.936 homens, todos livres de doenças cardiovasculares e câncer. Durante 26 anos de acompanhamento, a dieta foi avaliada – de 4 em 4 anos – por um questionário.
No questionário, os analisados informavam com que frequência, em média, consumiam alimentos específicos, tipos de gorduras e óleos, bem como qual marca ou tipo de óleos usavam para cozinhar e adicionar à mesa. O consumo de azeite foi calculado a partir da soma de três itens do questionário: azeite usado para molhos de salada, azeite adicionado diretamente à comida ou ao pão e azeite usado para assar e fritar em casa. Uma colher de sopa equivale a 13,5 gramas de azeite. No início do estudo, 5 em cada 100 participantes consumiam em média 9 gramas/dia. Esse era o grupo de maior consumo de azeite de oliva à época.
Ao longo do estudo, o consumo de azeite aumentou de 1,6 grama/dia, em 1990, para cerca de 4 gramas/dia em 2010, enquanto que o consumo de margarina diminuiu de cerca de 12 gramas/dia em 1990 para cerca de 4 gramas/dia em 2010. A ingestão de outras gorduras permaneceu estável.
O consumo de azeite foi categorizado da seguinte forma:
- Nunca ou menos de 1 vez por mês;
- até 4,5 gramas/dia (no máximo uma colher de chá);
- de 4,51 a 7 gramas/dia (mais que uma colher de chá, até meia colher de sopa);
- mais que 7 gramas/dia (mais que 1/2 colher de sopa).
Benefícios à saúde
Quando os pesquisadores compararam os diferentes grupos com as pessoas que raramente ou nunca consumiam azeite, as da categoria de maior consumo tiveram risco de mortalidade cardiovascular 19 por cento menor, risco de mortalidade por câncer 17 por cento menor, risco de mortalidade neurodegenerativa 29 por cento menor e risco de mortalidade por problemas respiratórios 18 por cento menor.
O estudo também descobriu que a substituição de 10 gramas/dia de outras gorduras (como margarina, manteiga, maionese e gordura láctea) por azeite de oliva foi associada a um risco de 8 a 34 por cento menor de mortalidade total e por causa específica. Não foram identificadas associações significativas ao substituir o azeite por outros óleos vegetais.
“É possível que o maior consumo de azeite seja um marcador de uma dieta geral mais saudável e maior status socioeconômico. No entanto, mesmo após o ajuste para esses e outros fatores de status socioeconômico, nossos resultados permaneceram praticamente os mesmos,” disse Guasch-Ferré. “A população participante dos estudos foi predominantemente branca e não-hispânica e, como salientado, atuantes na área da saúde, o que deve minimizar fatores socioeconômicos potencialmente confusos. Mas pode limitar a generalização, pois essa população pode ter maior probabilidade de levar um estilo de vida saudável”, ressalta a especialista.
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