Cargill pretende eliminar até 2023 a gordura trans presente em seus óleos comestíveis
Cargill, multinacional de alimentos, anunciou na segunda-feira, 6 de dezembro, que pretende eliminar toda a gordura trans presente em sua linha de óleos comestíveis produzidos nas unidades industriais que possui em 70 países, entre eles o Brasil. O objetivo é atingir, até o fim de 2023, o padrão recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de, no máximo, dois gramas de ácidos graxos trans produzidos industrialmente (iTFA, na sigla em inglês) por 100 gramas de gorduras/óleos.
A iniciativa REPLACE da OMS fornece um guia para governos e indústrias tratarem questões de saúde relacionadas às gorduras trans implementando as melhores práticas de iTFA na cadeia de abastecimento alimentar global. De acordo com a empresa, a Cargill é o primeiro fornecedor de óleos comestíveis a assumir esse compromisso, juntando-se a outras empresas de alimentos do mundo comprometidas com as metas da OMS.
“Estamos entusiasmados em ver o compromisso da Cargill em reduzir os iTFAs em todos os seus óleos, a serviço da meta da Organização Mundial da Saúde de eliminar os iTFAs nos alimentos”, disse René Lammers, vice-presidente executivo e diretor de ciência da PepsiCo.
Fábrica especializada em pectina
Em setembro, a Cargill inaugurou no Brasil, ao custo de 550 milhões de reais, uma fábrica especializada em um ingrediente alimentício conhecido como pectina.
Podendo ser obtida da casca da laranja, a pectina é uma fibra solúvel própria para compor soluções que atuam como estabilizante, espessante e gelificante de alimentos industrializados.
Presente sobretudo em produtos como bebidas lácteas, iogurte, geleia, doces e balas, a pectina funciona, inclusive, como substituto da gelatina em dietas livres de proteína animal.
A pectina vem apresentando ano a ano aumento global da demanda. A nova fábrica foi planejada para abastecer o mercado local e exportar para países da Europa e Ásia.
A unidade fica em Bebedouro, tradicional polo de produção de laranja do interior paulista. A localização facilita o acesso às matérias-primas, pois as laranjas são cultivadas a poucos quilômetros das linhas de processamento.
Bebedouro exibe histórico de quase 100 anos de produção de laranja. Entre as décadas de 1970 e 1980, a cidade chegou a ser chamada de “Califórnia brasileira”. A própria Cargill operou na região por 30 anos uma fábrica de suco de laranja e derivados, que acabou vendida em 2004.
Com informações da Cargill e O Estado de S. Paulo. Imagem em destaque: Cargill