Autorretrato de Frida Kahlo é vendido por valor recorde entre artistas plásticos latinos

Autorretrato de Frida Kahlo é vendido por valor recorde entre artistas plásticos latinos

Pintada em 1949, a obra “Diego y yo”, da pintora mexicana Frida Kahlo, foi vendido por 34,9 millhões de dólares (aproximadamente 192 milhões de reais) em um leilão realizado em Nova Iorque pela Sotheby’s. Nunca uma obra artística de um artista latino, nem de Frida Kahlo, atingiu esse valor antes. Avaliado na faixa de 30 milhões a 50 milhões de dólares, o autorretrato, que tem a dedicatória “para Florence e Sam com carinho de Frida”, foi arrematado por Eduardo Constantini, colecionador argentino, fundador do Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires (MALBA).

Obra “Diego y yo” foi arrematada em leilão por quase 200 milhões de reais.

O autorretrato foi o gênero mais recorrente na curta mas intensa produção pictórica de Frida Kahlo: ela se pintou três vezes na década de 1920, vinte vezes na década seguinte, mais vinte na década de 1940 e, finalmente, cinco vezes nos anos anteriores à sua morte em 1954. Ao todo, um terço de toda a sua obra corresponde a autorretratos, apesar de vários outros em que sua presença, embora não explícita, era metafórica ou simbólica. Ao contrário da lenda freqüentemente repetida, Frida Kahlo não se tornou uma pintora porque ela ficou acamada após um acidente devastador na juventude. A vocação artística de Kahlo surgiu na infância e foi nutrida no seio de sua família nuclear, criada por um pai que era um fotógrafo renomado e pintor amador.

A pintura a óleo “Diego e eu” é um dos autorretratos finais de Kahlo e um exemplo da intimidade perturbadora que atraiu colecionadores a suas pinturas. O trabalho oferece um olhar para seu casamento turbulento com o muralista mexicano Diego Rivera, com quem se casou duas vezes. Na pintura, o rosto de Rivera aparece na testa de Frida, acima de suas sobrancelhas características e de seus olhos escuros, dos quais caem algumas lágrimas. Especialistas em arte dizem que a representação de Rivera – na época próximo da atriz mexicana María Félix – como um terceiro olho simboliza o quanto atormentava seus pensamentos. Frida faleceu aos 47 anos de idade.

Imagens: Sotheby’s/Divulgação

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