No Dia Mundial da Diversidade Cultural, ONU ressalta a importância da economia criativa
Em mensagem para marcar o Dia Mundial da Diversidade Cultural para o Diálogo e Desenvolvimento, António Guterres, secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) exorta o mundo a apoiar a cultura e seu poder de promover o diálogo e o desenvolvimento em favor de todos. Para ele, a cultura é a flor do ser humano, o fruto de suas mentes, o produto de tradições, a expressão de anseios. Acrescenta que a diversidade é maravilhosa, parte da rica civilização e também uma potência que emprega milhões, movendo o progresso econômico e sendo uma força de coesão social.
Economia
Guterres sublinha que a data, marcada em 21 de maio, reconhece esse grande poder, que também é celebrado com a proclamação de 2021 como o Ano Internacional da Economia Criativa para o Desenvolvimento Sustentável.
Mas o secretário-geral considera a pandemia “um momento difícil” para viver esses dois momentos na sequência do abalo sofrido no setor cultural global.
Em mensagem da diretora-geral da Unesco para a ocasião, Audrey Azoulay afirma que, “por mais de um ano, a crise da Covid-19 resultou em uma crise de diversidade cultural. O fechamento de museus e locais de patrimônio mundial e o cancelamento de festivais, concertos e cerimônias lançaram o mundo da cultura em um estado angustiante de incerteza, ameaçando especialmente os criadores independentes, que são a força vital da diversidade cultural”.
Investir na economia criativa para estimular a retomada na pós-pandemia também é o objetivo de um evento de alto nível sobre a cultura e o desenvolvimento sustentável que está sendo realizado nesta sexta-feira (21), a partir de Nova York, nos Estados Unidos, por convocação do presidente das Nações Unidas, Volkan Bozkir. Segundo ele, durante os dias mais sombrios da pandemia, muitos encontraram “consolo na música, livros e filmes. Mas muitos artistas e profissionais da cultura sofreram financeiramente. Ao trabalharmos para nos recuperarmos da Covid-19, devemos simultaneamente aproveitar as capacidades daqueles na esfera criativa e garantir que nenhum artista ou profissional cultural seja deixado para trás”.
Recuperação
Com a esperança gerada pelas vacinas, António Guterres realça ser preciso garantir que a recuperação da pandemia atenda às necessidades de instituições culturais, das artes e de todos aqueles que fazem parte do setor criativo.
A organização estima que as indústrias criativas e culturais gerem anualmente US$ 2,250 bilhões para a economia global e empreguem 29,5 milhões de pessoas em todo o mundo. O total equivale a 3% do Produto Interno Bruto, PIB, do planeta.
Guterres apontou ainda que a humanidade vive uma etapa marcada pela disseminação do ódio e da intolerância, na qual a questão da diversidade demanda mais apoio e investimentos.
Reconhecimento
Ele afirma que em sociedades multiétnicas, multirreligiosas e multiculturais, ela “é uma riqueza, não uma ameaça”. Mas carece da garantia que cada comunidade sinta que sua cultura, como expressão de identidade, está sendo respeitada.
Foi em 2002 que a Assembleia Geral adotou o dia 21 de maio como o Dia Mundial da Diversidade Cultural para o Diálogo e o Desenvolvimento. No ano anterior, o reconhecimento foi feito pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco).
Nas celebrações da data, a agência promove os valores da diversidade cultural e as metas da Convenção sobre a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais, adotada em 2005.
Entre os objetivos do tratado estão apoiar sistemas sustentáveis de governança para a cultura, criar equilíbrio no fluxo de bens e serviços do setor bem como aumentar a mobilidade de artistas e profissionais.
Outros alvos são integrar a cultura em estruturas de desenvolvimento sustentável e promover os direitos humanos e as liberdades fundamentais.
Foto em destaque: Diversidade cultural. Foto ONU/Loey Felipe